domingo, 19 de fevereiro de 2012

Meu primeiro Texto!

 O local era escuro e lúgrume. Havia uma antiga árvore que a primeira vista se mostrava como um gigante prestes a atacar seus visitantes, mas ao se aproximar era possível notar que ,na realidade, eram duas árvores diferentes que se entrelaçaram, como namorados bizarros. Eram altas, cinzentas e retorcidas.
A maior estava matando a menor e era possível ver alguns liquens em seus velhos galhos nodosos.
A menor esforçava-se visivelmente para sobreviver do abraço letal no qual se encontrava.  Seus galhos projetam-se para longe do corpo formando um grande leque sombrio sobre o chão. Baixos e grossos faziam o possível, sem grande sucesso, para capturar o máximo de sol que seria possível. Porém esta tarefa tornava-se quase impossível por causa da incômoda companheira com sua copa vigorosa, alta e corpulenta.
Aos seus pés via-se uma cruz antiga e rústica formada por dois gravetos. Em um dos gravetos fora feito um furo no qual o segundo a atravessava. A madeira com que fora feita era resistente o suficiente para durar mais de um século, pois está talhado nela 1889.
A grama é regular e chega à altura dos tornozelos. Não há desnível no local. É tão plano quando o centro do Brasil. “Isso é bom” ele pensa.
Havia uma pequena casa feita de bambus e telhas pretas de bolor e ouvia-se um riacho ao fundo. “Frio e escuro, como tudo aqui provavelmente”.
Era um bom local para o que ia fazer. A despeito do frio do lugar que fazia com que nuvens aparecessem de sua boca a cada respiração, seu sangue fervia. Seus pensamentos, em contrapartida estavam serenos e centrados, somente assim era possível executar a técnica. A mente tem que estar limpa, em paz e focada. Nada fácil para quem vive no século XX,I onde paz é artigo de luxo.
O garoto ouve um farfalhar vindo da esquerda, vira-se e percebe que o som parte de trás do casal de árvores. Não é possível vê-lo, mas sabe que o é. O barulho dos passos é duro e ritmado. “Não está andando, mas sim marchando. Está usando coturnos com bico de ferro. E ainda há este raspar de couro, isso quer dizer que está de capa. Deve ter uma faca escondida ali” é a análise de nosso rapazote.
Então surge uma juba prateada contrastante a vestimenta escura e brilhante. Tal como havia pensado o homem estava de coturnos e capa. A capa é de couro, suas calças pretas e uma camisa originalmente branca, porém tão surrada que se tornara ocre. Seu corpo é firme e definido, a musculatura do peito projeta-se na camiseta a despeito de seu tamanho. Apesar do corpo atlético seu rosto entrega a sua idade. Quadrada, rigorosa e fria com uma barba branca como a neve por fazer. Cabelos longos na altura dos ombros emolduram a silhueta do velho. Dir-se-ia um roqueiro da velha guarda se não fosse o facão reluzente ao luar na mão esquerda.
_Então, vai me mostrar o que aprendeu?
Apesar da figura assustadora que o velho apresenta o garoto, sem qualquer emoção em seus olhos, posiciona-se.
Dobra os joelhos como em um Katá.  Gira o torso para a direita sem tirar os olhos do velho e une as palmas das mãos pela base.
Os sentidos do rapaz percebem que primeiro o som do vento silencia, depois para, bem como a vegetação. As árvores desvanecem-se. O chão desaparece e apenas a luz do luar é capaz de mostrar onde seu alvo está. Uma linha de luz desenha-se a partir do centro do peito de seu pai e vai ao seu encontro. E tudo em volta do rapaz começa a brilhar.
Uma bolha de luz o envolve, é tênue é verdade, mas impressionante. Então pontos luminosos começam a dançar em sua volta. De repente algo entre as mãos do garoto começa a brilhar. Ela começa a aumentar e desestabiliza a sua posição (quase perfeita).
“Muita energia pra pouca experiência”, é a conclusão do pai.
De repente a luz dobra de tamanho ao mesmo tempo em que a bolha de luz concentra-se nas mãos do garoto. Imediatamente executa o movimento e lança a bolha de energia.
Rápida e letal ela viaja toda a extensão que determina a distancia entre os dois oponentes de forma vertiginosa. Em um rasante cada vez mais baixo, arranca tufos de grama por onde passa até chocar-se no chão perto do velho. A explosão resultante é forte o suficiente para criar uma lufada de ar que obriga o velho proteger-se com o facão.
No chão onde havia a cruz agora existe um buraco fundo e ossos esmigalhados.
O velho olha para garoto ajoelhado a sua frente. A respiração do moleque está rápida e entrecortada, sua camisa empapada de suor e as mãos sangrando. Agora os olhos do garoto exibem uma obstinação feroz misturada com um orgulho surdo. Seu golpe com certeza fora impressionante, mas o deixou visivelmente incapacitado, afora que quase perdeu as mãos no processo. “Mesmo assim...”
_Se eu fosse você capricharia mais na mira e menos na força, por enquanto._ Diz o velho ao se virar e ir embora, deixando o garoto com sua sombra engolida pelas copas das árvores.

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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Uma das antigas

Podem me chamar de pelego, pró SOPA ou o escabau.
A questão é que prefiro DVD original ao pirata. Por vários motivos

* Sou chato pacas, então primo muito pela qualidade
* minha net é do tipo " tartaruga maca", então baixar em HD esquece
* Simplesmente curto muito a minha dvdteca.
* Meu dvd é mala e sempre trava com dvd comprado na esquina
* a cidade onde moro as locadora simplesmente não alugam os originais

Por tudo isso eu costumo comprar DVD sempre original. Mas eu não compro lançamento não, até poque são caros ( dependendo do ponto de vista, visto que não ligo de pagar 50 conto num livro mas choro em pagar isso num bar) e eu prefiro ver o filme primeiro pra saber se eu vou gostar de revê-lo de novo (Senhor dos Anéis ta no topo da lista com 6 vezes já visto, e Como Treinar o seu Dragão com 5) para , aí sim, comprá-lo.

Assim eu sempre ataco as sessões de promoção, até no supermercado. E na sorte dou de cara algum achado ( como o box comemorativo do AKIRA por preço de banana) que valha a pena ter.
Em uma destas andanças no mundo dos esquecidos originais dei de cara com Batman: o cavaleiro de Gotham.
Essa animação de 2008 faz parte de uma série de animações da DC em comemoração aos seus 75 aninhos (depois falo dos outros).


Mas o que faz este filme tão diferente dos outros da série que mereceu este meu  post meio atrasado?
Fora a questão que esta animação é um anexo do Batman Begins e que o roteiro é dos mesmos produtores do Filme... bem... sei não...

A animação, como em Animatrix (que eu babo mó ovo por ele),  tem vários capítulos, porém são todos interligados. Em Batman Begins vemos o nascimento do herói, e no segundo filme o vemos já em ação. Nesta animação vemos o desenvolvimento dele. Bruce, apesar de tudo, é um ser humano, porém ele assumiu para si tarefas sobrehumanas, para dar conta do recado e se tornar mesmo Batman o cara teve que aprender a dominar coisas básicas.

O foco do filme ( ou o que fez Batman se consolidar como modelo de herói) só se torna claro no final. Só na segunda vez que assisti é que percebi o tamanho e a profundidade da trama. Não é intricada  de forma alguma, é simples até ( para a minha vergonha) e bem inteligente.
Mexe com o maior temor de todos os homens e deve ser vencido por alguem que deseja fazer o que ele faz.


Minha opinião pessoal? A-NI-MAL

Os estilos de desenho variam em cada capítulo. No primeiro temos um estilo mais "relaxado" e fluido de desenho, que se encaixa bem ao roteiro, já que os muleques descrevem o Batman como um mutante. Depois passamos para o estilo anime ( meu favorito). Tirando a cara de bebe bundão do Bruce as cenas são bem feitas, e graças a Deus o roteiro não tem o toque japonês, aquele em que tem frases deixadas no ar (odeio isso!!) e também sem aquele falatório todo pra explicar uma coisa idiota.
O estilo americano de desenho não aparece de cara, ele fica meio escondidinho, mas esta lá, se espera ver alguma animação do tipo Liga da Justiça, esqueça. O papo aqui é sério e não cabe gracinha nem coisas ricularmente impossíveis (bem... isso se a gente ignorar a cena em que o Batman desvia uma bala com um soco...).

Animação recomendadíssima pra fans de Comics!!!


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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Crônicas Vampíricas de Gardella


            O mundo dos vampiros é com certeza versátil, de tão versátil chega a ser ridículo. Todo mundo conhece o fenômeno Crepúsculo de Stephane Meyer (escritora odiada por este reles blogueiro).
           Desde as aterrorizantes fatos ocorridos na Transilvânia narrados por Bram Stoker o vampirismo teve várias facetas. Passou do terror para o humor, dando uma passada pela aventura. Van Helsing ganhou uma abordagem de caça-monstro no filme Van Helsing (2004).
        E na literatura?
         Claro não podia ser diferente. O nosso amigo Drácula aparece em várias delas, mas não tanto quanto o seu legado: a cultura vampiresca. Todos conhecem as características destes mortos-vivos, claro com variações. As principais são a aversão a luz, bebedores de sangue, tem super poderes e tem um fraco pela prata. Elas aparecem sem exceção em todos os livros que falam de vampiros.
E se a tudo isso inserirmos um caçador de vampiros de saias? Mais uma pitada de legado ancestral, uma dose de aventura e mais um bocado da vida excitante das noites londrinas (WTF?), sem contar com um romance arrebatador. Estamos falando das Crônicas Vampíricas de Gardella ( Colleen Gleason).

São cinco livros dos quais dois foram lançados no Brasil: O legado da caça vampiro (2010) Ergue-se a noite (2012).

O primeiro livro conta com a pacata e ignorante vida de Vitória Gardella, uma debutante que acaba de ser apresentada a sociedade inglesa e está pronta para se casar com um homem bonito e rico, que descobre que é a herdeira de um grande poder e responsabilidade: livrar o mundo da peste vampírica. Então ela tenta, ao mesmo tempo, ter uma vida normal (namorar, festejar e namorar de novo) enquanto mata vampiros.
É claro que não dá certo, e ainda por cima arruma um “affair” com um dono de buteco do mal. E ainda por cima tenta lutar com a vampira (sim é mulher mesmo, sabe como é né...) mais poderosa do mundo. Ela se dá bem no final, mas nem tanto.
Em ergue-se a noite as coisas ficam mais tórridas (pornográficas na verdade) e perigosas. Vitória se entrega ao seu afair cada vez mais (com cenas detalhada e picantemente mostradas) ao mesmo tempo que investiga uma seita que apoia os vampiros.
Ao ler o livro não deixei de notar como Vitória (ou a autora) adora um peito cabeludo, aposto que se ela desse de cara com o Toni Ramos ia ter um ataque.
Em si os livros não são de todo ruim. O primeiro peca pelo excesso de atenção ao casalzinho apaixonado e o segundo pelo excesso de sexualidade (chamando excessiva atenção para dos seios de mulheres durante todo o livro dá a impressão que a mulherada mostram-nos na primeira chance que tem). Nos dois livros, nossos amados e famigerados seres demoníacos ficam em segundo plano, menos no inicio ( que dá a desculpa do livro) e no final ( quando a bagaça tem que acabar senão o livro perde a graça).
Para um amante de vampiros crônicas vampirescas ganha nota 5, em consideração ao tema ser bem desenvolvido e até original no que se apresenta, pois se fosse ver pelo seu desenvolvimento merecia um pouco menos.
AAh! Meninas de 18 a 20 anos vão amar o livro. O resto pode até gostar, pelo menos os vampiros viram fumaça como sol, ao contrário de brilhar como ridicularmente já aconteceu...

Mas se quiser saber mais sobre os outros livros entre aqui e leia o resto (em inglês)

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